domingo, 23 de fevereiro de 2014

Segundo dia em Roma

Acordamos empolgados para nosso segundo dia de passeios. Após tomar o café, fomos levados pelo translado para os muros do Vaticano. Dessa vez resolvemos nos familiarizar com o transporte público. Andamos até a estacão de metrô Otaviano e nos dirigimos para a estacão Barberini, onde faríamos nossa primeira visita do dia.

Eu estava especialmente empolgado, pois tinha escolhido esse lugar a dedo. De ante mão, já lhes digo que, após o Coliseu, conhecer a Igreja de Santa Maria della Concezione dei Cappuccini era o meu maior desejo. E acreditem quando eu digo que não sou nem um pouco religioso. O fato é que lá se encontra a famosa Cripta dos ossos, que é "decorada" com várias esculturas feitas dos ossos dos capuchinhos mortos.



O lugar não aceita o Roma Pass e a visita custou 6 Euros, cada. Foi melhor do que eu imaginava. A visitação não se inicia pela cripta e sim por um museu com diversas obras de arte de pintores famosos que representaram os Capuchinhos, além de relíquias e antiguidades envolvendo toda a criação da ordem inspirada na vida de São Francisco de Assis.

Eles usam com bastante inteligencia efeitos de vídeo e sons pra te deixar no clima. Infelizmente não é possível fotografar lá dentro, ou ainda na cripta. Então só temos fotos pessoais externas. As demais foram retiradas de divulgação na internet.

Já dentro da cripta, todas as salas são decoradas com esculturas feitas de ossos dos freis capuchinhos mortos. tudo começou quando um cardeal chamado Barberini resolveu solicitar ao seu irmão, que era o Papa da época, que reunisse todos os restos mortais dos capuchinhos em um só lugar. Então, alguém teve a ideia de criar essa santuário decorado com os ossos pra nos lembrar do que seremos no fim da vida.

Saindo de lá, na própria praça Barberini, encontramos a Fontana del Tritone. É uma fonte criada pelo escultor Bernini. A cidade é recheada de obras dele. É bonito, mas realmente só passamos por lá por que era caminho. Esculturas melhores ainda estavam por vir. E não demoraria muito.


Descemos pela Via del Tritone e paramos em uma lojinha pra comprar algumas lembranças. O dono, era um chines bem agradável. Lá, pudemos confirmar o que havíamos percebido. O que se vende numa loja de lembranças é vendido em todas as lojas. Não existe exclusividade. Então pesquise preços e só compre onde realmente tiver o melhor custo.

Em pouco tempo chegamos no nosso próximo destino. A Fontana de Trevi. Sabe quando você vê a foto ou um vídeo e aquilo não faz jus ao lugar? Pois é. Esse é mais um dos locais onde você precisa estar lá pra sentir a grandiosidade. Ela é a maior fonte de Itália e teve participação de vários escultores ao longo dos anos. Existe um costume local dizendo que se você atirar uma moeda para a fonte, é certeza de voltar a Roma. Eles recolhem quase 3.000 Euros por dia. Deixamos lá a nossa participação.




Ficamos um bom tempo admirando. Vale a pena cada segundo. Fizemos inúmeras fotos e vídeos. Ao redor da praça, existem várias sorveterias, consideradas as melhores da cidade. Aproveitamos para conhecer o famoso gelato italiano. Uma delícia, realmente.



Seguimos adiante, descendo a Via del Corso até chegar á Piazza Venezia. Começou a chover forte, mas não podíamos esperar passar. Nosso próximo destino era num local fechado, então a chuva não atrapalharia quando estivéssemos lá. Então chegamos ao Monumento a Vittorio Emanuele II. Ele foi o primeiro rei da Itália unificada. Os italianos mais antigos não gostam muito da obra e o chamam ironicamente de "Bolo de noiva". Isso por ter sido construído numa zona histórica e destruído um sitio arqueológico no processo. A entrada é gratuita. A única coisa paga, opcional, é uma subida por um elevador panorâmico para a parte mais alta do local.



A parte de dentro é imensa e possui inúmeras exposições. A maior parte delas, destinadas a guerras enfrentadas pela Itália. Na parte superior temos uma das melhores vistas da cidade.



O cansaço começou a nos pegar. Sempre que tínhamos oportunidade, nós sentávamos um pouco. Resolvemos aproveitar que a chuva já havia passado e fomos para o último, mas não menos importante, destino do dia. Os Museus Capitolinos.



Aqui sim, é um lugar para se gastar bem o tempo, desde a praça principal, desenhada por Michelangelo, como a parte interna. São palácios interligados pelo subterrâneo, com um sem número de obras de arte e exposições. Se for lá, prepare-se para andar bastante. Usamos o Roma Pass mais uma vez e entramos. A gama de exposições é imensa. Algumas permanentes e outras temporárias. Desta última, tinha uma sobre Arte e Ciência, mostrando feitos de antigos inventores e filósofos.



Existe muita coisa referente ao Egito e muitas, muitas esculturas e bustos. Tantos que chega a cansar. Um destaque é a famosa estátua da loba amamentando Romulo e Remo, os fundadores mitológicos de Roma.



Aproveitamos um intervalo para sentar e comer num restaurante por lá e estudar o mapa do lugar para decidir por onde ir. Quando eu disse que o lugar era imenso eu não estava de brincadeira. Vários prédios com vários andares.



Continuamos seguindo em frente, passando por tudo, agora sem prestar muito a atenção. O cansaço beirava o insuportável e tudo o que víamos á nossa frente era mármore branco atrás de mármore branco. Pena, por que o lugar é maravilhoso.



No final, uma bela surpresa. Uma linda visão do Fórum Romano, que havíamos visitado no dia anterior.



Resolvemos encerrar nosso dia e voltar para o ponto onde o translado nos levaria para o hotel. Não sem antes passar num restaurante pra comer algo. Dessa vez resolvemos experimentar a pizza. E amigos...Que pizza horrorosa! Se essa fosse a única que eu comesse em Roma, sairia de lá com a pior das impressões. Tao dura que mesmo forçando a faca, ela não partia.



Por fim, voltamos para o hotel e fomos descansar para encarar o dia seguinte!

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Primeiro dia em Roma - Parte 2

Continuando nosso primeiro dia de caminhada, saímos do Coliseu e fizemos algumas fotos na parte externa. Um monumento importante que existe no local é o Arco de Constantino. Basicamente é um "arco do triunfo". Um monumento que representa a vitória em  alguma batalha. Como estava em reforma, o único angulo que poderia ser visto sem andaimes feios ao redor, foi desse lado.



O ingresso do Coliseu ainda dá direito á visitação do Monte Palatino e o Foro Romano. Então seguimos adiante. Subimos a Via Sacra e nos deparamos com outro arco do triunfo. Esse é o Arco de Tito.



Passando dele, ficamos um pouco perdidos. Como não estávamos com guia e a região é enorme, escolhemos nossa direção ao acaso e acabamos subindo o Monte Palatino. Passamos por uma série de ruínas de casas antigas e palácios destruídos. Foi nesse caminho que nos deparamos com um antigo costume romano. A cidade é repleta de bicas e fontes com água potável. Então, todos andam com suas garrafinhas para encher e beber quando der sede. No começo ficamos meio ressabiados, afinal, beber água de torneira no Brasil é o mesmo que pedir para ficar com dor de barriga. Mas testamos e foi tranquilo. Por sinal, a água sempre está numa temperatura maravilhosa.



Andando mais um pouco, chegamos no Museo Palatino. Do lado de fora é possível ver o trabalho constante dos arqueólogos e suas escavações. Roma é tao antiga que, se você cavar um pouco é capaz de achar um tesouro em cada buraco!



Já dentro do museu, pudemos acompanhar mais um pouco da história de Roma, mas o que realmente foi legal foi sair da chuva que acabava de começar e poder sentar um pouco. Nesse momento já estávamos bem cansados.



Bom, o museu é interessante, mas não é muito grande. No fim, sem guia para nos explicar a real importância daquelas obras, ele se resumiu a um monte de fragmentos de estátuas encontradas na região. Mas foi divertido, de qualquer maneira.



A chuva passou, o sol apareceu. Saímos do museu e seguimos adiante. Logo ao lado, encontramos ruínas de um hipódromo,onde aconteciam corridas de cavalos e outros jogos.



Nesse momento, ficamos com receio de nos perder. O lugar é imenso e não fazíamos ideia de onde estávamos indo. Decidimos retornar um pouco e seguir por outro caminho que havíamos preterido. Após algumas subidas, chegamos num belo jardim e, do alto, uma boa visão da região.











Chegamos, então, na parte mais impressionante do local: O Foro Romano. As construções que existem por lá, definitivamente, não foram feitas para os humanos e sim para algo muito mais grandioso. Não tem como não se sentir pequeno. Imagine se sua casa tivesse uma porta do tamanho da do Templo de Rômulo?


Ou colunas como o Templo de Antonio e faustina?



E assim, admirados com tudo o que vimos, resolvemos encerrar nosso dia.



Como ainda não estávamos seguros para usar o transporte publico, acabamos voltando a pé para o ponto onde o transporte do hotel nos pegaria. Foi uma senhora "paletada" até chegar lá. Enquanto aguardamos, sentamos num restaurante chamado Anni '70 e tomamos um bom café.





Depois foi só chegar no hotel, tomar um bom banho e dormir!


domingo, 8 de dezembro de 2013

Primeiro dia em Roma - Parte 1

Apesar de termos chegado no dia anterior, esse, realmente foi o primeiro dia que rodaríamos a cidade como bons turistas.

Primeiro, o café da manha, claro! E o hotel fornecia um serviço excelente. Tinha de tudo. Bolos, croissants, queijos, ovos mexidos, sucos, cafés, iogurtes de todos os tipos. Destaque para para o pao artesanal do próprio hotel. Excelente. É um típico pao italiano, com a casca bem dura e macio por dentro. Foi nesse dia, também, que conhecemos a maior figuraça do lugar. O Gennaro! Italiano típico, extremamente atencioso e conversador. Ao descobrir que éramos brasileiros, ele abriu um belo sorriso. Contou como adora o futebol daqui e se declarou torcedor do Grêmio. Detalhe, ele sabia mais sobe o futebol brasileiro do que eu, o que não é muito difícil. Os outros funcionários também eram bem atenciosos, mas ninguém superou o Gennaro! Ele fez com que nos sentíssemos em casa.

Recepção do hotel


Bem alimentados, seguimos adiante. O hotel nos fornecia translado gratuito até o muro do Vaticano. A partir dali seria com a gente. Também nos forneceram um mapa da cidade, que seria nossa salvação naqueles dias. Ele continha todos os pontos turísticos bem marcados, além de informações gerais sobre os transportes públicos.


 O motorista do dia, o Ernesto, também foi bem atencioso e, quando descobriu que Elane falava espanhol fluente, não parou de falar nem um segundo. Contou que era do Equador e foi contando detalhes do dia a dia de sua profissão. Falou muito sobre o transito de Roma. Uma curiosidade é que, como a maioria dos prédios são muito antigos na região central, praticamente não existem garagens. Por esse motivo, todo mundo estaciona na rua. Isso gera umas situações interessantes como uma ferrari estacionada ao lado de um fusca. Não importa se você tem um carrão ou um calhambeque. Vai ter que deixar o bicho do lado de fora.

Chegamos ao muro do Vaticano e traçamos nossa rota para o Castelo de Santo Ângelo. Ainda não o visitaríamos, mas lá havia uma loja que vendia o Roma Pass. Caminhar em Roma é uma coisa incrível.Cada esquina é um cartão postal. Você segue para um lugar histórico, mas a cada passo a gente se depara com outro.

No meio do caminho aconteceu algo inusitado. Apesar do tempo estar meio frio, haviam poucas nuvens. Eis que, sem nenhum aviso e num local totalmente desprotegido, pedras de gelo caíram do céu! Sim! Conhecemos uma chuva de granizo da pior maneira possível! A coisa foi tao repentina que nem os italianos estavam surpresos. Nós ficamos completamente sem ação. Não sabíamos se deveríamos correr, nem pra onde! Ficamos embaixo do guarda chuva, rezando pra não cair uma pedra gigante nas nossas cabeças. Mas, assim como veio, ela se foi para nunca mais voltar. Pelo menos não enquanto estávamos por lá!



Chegamos ao castelo e vimos a banca de turismo que vendia o Roma Pass. Ainda estava fechada. Aproveitamos pra fazer algumas fotos do lugar. Quando abriu entramos e solicitamos. A funcionária falava português fluentemente, o que facilitou bastante. Ela nos explicou novamente o funcionamento e tirou algumas pequenas dúvidas.

Rio Tibre, em frente ao Castelo de Santo Ângelo

Em seguida, atravessamos a ponte magnifica que atravessa o rio Tibre (mais tarde falo sobre ela) e seguimos nosso caminho. Acabamos passando por uma praça com algumas ruínas no centro. Descobrimos se tratar do Largo di Torre Argentina. Apesar do nome, nada tem a ver com o país sul-americano. É devido a um cara que construiu um palácio com uma torre, a qual ele batizou em homenagem a sua terra natal, Argentoratum (que hoje é Estrasburgo).  Em 1909, quando foram fazer uma reforma no lugar, acabaram descobrindo as ruínas de vários templos. Inicialmente chamaram apenas de Templo A, B,C e D e suas origens ainda estão em estudo. Mas o que chama a atenção são os gatos. Olha que interessante. As ruínas funcionam como um abrigo de gatos. Eles são devidamente vacinados e castrados.Por fim, são colocados para adoção. os que não conseguem um lar com humanos, ficam por lá. Existem voluntários que cuidam deles todos os dias.




Seguindo adiante, vimos ao longe o Monumento a Vittorio Emanuele II, mas ainda não era sua hora. Faltava pouco para chegamos no real destino. E ele apareceu, majestoso, quando menos esperamos. Ao longe, lá estava ele: o Coliseu!!!



Foi automático. A trilha sonora do filme Gladiador começou a tocar na minha cabeça e pensei: "Não sabia que homens poderiam construir algo assim..."

Ele foi construído em 72 d.C. para abrigar os jogos da época. Gente e animais se matando. Devia ser uma maravilha. Hoje, acredita-se que ele poderia ter sua arena inundada para simular combates marítimos.

Ainda do lado de fora, percebemos diversos gladiadores fajutos se oferecendo para tirar fotos por 5 euros. Besta de quem paga essa grana. Um deles até nos falou em bom português: "Não quer nem tirar uma para levar pra sogra?"



Por sinal, abrindo um parentese, uma coisa interessante que notamos. Tivemos a sensação que as pessoas sabiam que éramos brasileiros só pelo aspecto físico. Passamos toda a viagem nos questionando se brasileiro tem "cara de brasileiro" ou se nós prestávamos atenção quando alguém falava em português e aquilo nos denunciava. Eu ainda fico com a primeira opção. Assim como víamos indianos e sabíamos que eles eram como tais. Ou um oriental deixa clara a sua origem. Ou ainda quando vemos argentinos no Brasil e sabemos que eles são hermanos. Idem com colombianos. Acho que brasileiro tem cara de brasileiro mesmo. Nós não notamos assim como nós não percebemos que temos sotaque e pessoas de outros estados identificam rapidamente nossa origem.

Enfim, procuramos a entrada e usamos, pela primeira vez, nosso Roma Pass. Entrada diferenciada, "furando" a grande fila dos que comprariam ingressos normais. A sensação de estar ali é algo inacreditável. Imaginar que o Brasil tem pouco mais de 500 anos e apenas aquela estrutura tem mais de 2000 é de arrepiar. Tocar aquelas paredes é como fazer parte da história da humanidade, principalmente sabendo tudo o que aconteceu dentro daquele lugar.

Internamente ele é um grande museu. A cada corredor, uma escultura encontrada nas escavações (Por sinal tinha muita coisa encontrada recentemente, em 2008), ou pichações antigas. Isso foi interessante. Enquanto rolavam os jogos, uns vândalos ficavam desenhando nas paredes o que eles viram. Essas pichações acabaram sendo um relato preciso do que acontecia no lugar.


Outra curiosidade. Coliseu não era o nome original. Ele se chamava Anfiteatro Flaviano, por ter sido construído sob a dinastia dos flavianos. Posteriormente foi apelidado de Coliseu por causa de uma estátua colossal que havia na entrada, em homenagem a Nero. Essa estátua já não mais existe no lugar.

Também estavam expostas várias cabeças em mármore, a maioria de identidade desconhecida e sem nariz. Além de dados feitos de ossos. Segundo as placas informativas, entre os jogos, a galera ficava se divertindo de outras formas. Os jogos de azar eram uma opção, na falta do que fazer enquanto a matança não começava.




Na parte central, nas "arquibancadas", vemos a arena! Era lá que tudo acontecia. A coisa está bem degradada, mas ainda é possível identificar tudo. Na parte inferior, se localizam as catacumbas onde os gladiadores e as os animais esperavam para serem jogados para a morte. A arena , propriamente dita, já desabou, mas reconstruíram parte dela pra gente ter uma noção. Por sinal, o nome arena vem de "areia", pois era isso que recobria todo o tablado. Era mais fácil pra limpar o sangue.




O Coliseu está bem destruído. Isso se deu por vários motivos. Um deles foi a própria natureza. Terremotos ao longo dos anos abalaram bem a estrutura. Mas, provavelmente, a maior causa foi o depredamento humano. No declínio do Império Romano, os jogos estavam proibidos e o lugar ficou sem nenhum tipo de proteção. O próprio povo entrou e arrancou os materiais que precisava para construir as suas casas. As paredes estão totalmente esburacadas , pois existiam pedaços de metal unindo as estruturas e esse material se tornou bem raro em algumas ocasiões. A própria igreja católica se valeu de partes do Coliseu para construir suas igrejas. Dizem as más línguas que, se vacilar, cada prédio de Roma tem um pedacinho do Coliseu em suas paredes.




Continuamos rodando o lugar, nos perdendo na história, nos sentindo parte do passado... Mas sempre tem algo que nos traga de volta ao presente. Lá estava ela: A loja de lembranças! Claro que paramos pra ver o que tinha e acabamos levando umas besteiras. Ah, algo que parece ser uma regra por lá. Praticamente não existe nada exclusivo. O que se vende dentro das atracões turísticas, também são vendidas fora, em qualquer banquinha da cidade. E, normalmente o preço interno é maior que o externo. Mas é legal ter uma miniatura do Coliseu que foi comprada dentro das suas paredes. Não é pra isso que servem as lembranças?



Do Coliseu, também temos uma visão bem legal dos arredores. É possível ver, por exemplo, as ruínas do Templo de Vênus e Roma, conhecido como o maior templo pagão da cidade. Não chegamos a ir por lá e não faco ideia se é interessante uma visitação, mas a visão dele é bem bonita.



Por fim, chegamos no local onde o Imperador assistia aos jogos. O lugar está marcado com uma cruz e é bem na parte de baixo, próximo à arena. Por conta dessa proximidade, existem umas bancadas dos lados que era onde ficavam arqueiros de prontidão para matar algum gladiador imprudente que tentasse agredir o Imperador.



Perdemos a manha toda por lá e já havíamos invadido a tarde. Resolvemos nos despedir do Coliseu e seguir para o próximo destino, o Foro Romano e o Palatino. Mas a dica que eu dou é : Nada, NADA em Roma supera o Coliseu. Nós tínhamos tempo de sobra, mas se você está com agenda apertada, tire um tempinho a mais para ficar por lá em detrimento de outros lugares. Não faça essa parte correndo para ver as outras. O Coliseu merece cada segundo que você passar por la. Como o dia foi longo, vou deixar para continuar essa postagem em uma segunda parte!
               

Roma, enfim!

Saindo de Madrid, o voo para Roma foi muito mais tranquilo. Umas 3 horas de viagem. Mesmo sem fome nenhuma, adoro essas comidinhas de avião. Mas nesse, tudo era pago. Então fomos de "bico seco", pois realmente não havia necessidade. Já estávamos bem abastecidos.

Notei uma coisa interessante. Eles possuem uma espécie de loja aérea de produtos, tipo jóias, perfumes, canetas, chocolates. Na ida não percebemos, mas, depois de comparar preços, notamos que muitos itens daqueles eram mais baratos que os das próprias lojas do aeroporto.

De qualquer forma era engraçado ver as garçonetes do ar (também conhecidas como comissarias de bordo) passando com um carrinho de produtos e dando troco em moedinhas para os que compravam algum item.

E chegamos!



O Aeroporto Fiumicino se apresentava com toda a sua glória. Acho que eram umas 5 da tarde, mas já estava tudo escuro. Nessa época do ano os dias são realmente mais curtos por la. Devidamente desembarcados, fomos procurar um transporte para o hotel. Em nossas conversas via e-mail os funcionários já haviam dito que ele custaria em torno de uns 50 euros.

Essa é outra dica interessante. Tente entrar em contato com o hotel que você se hospedará para tirar todas essas dúvidas. O Hotel Park dei Massimi foi muito eficiente e respondia tudo com rapidez. Essa estimativa de preço de transporte, por exemplo, é importante para ninguém tentar te engabelar.

Uma coisa ruim que aconteceu? Nós fizemos um roteiro do que fazer em cada ocasião. No desembarque, por exemplo, precisávamos comprar um cartão pre pago para celular e comprar os Roma Pass. Teríamos tempo de sobra para pesquisar, afinal, agora nós que faríamos nosso roteiro e não estávamos atrelados a nenhum horário específico.

Mas, acho que pela adrenalina da viagem, eu meio que entrei num "modo babaca". Comprei, claramente a contra gosto de Elane, um chip muito mais caro e inútil do que precisávamos, logo na primeira loja. Sem pesquisar preço em outras, nem nada. Se arrependimento matasse... Em seguida, esqueci completamente do Roma Pass e fomos abordados por um sujeito que trabalha com transporte, falando rapidamente num inglês macarrônico, oferecendo translado por 45 euros. Ok, o preço estava 5 euros a menos do que nós prevíamos e ele apresentou um crachá que nos passou uma sensação de segurança . Mas a verdade é que a coisa foi tao rápida que não conseguimos nem raciocinar. Quando vimos, já estávamos dentro da van, à caminho do hotel. No percurso eu me dei conta que poderia ter feito uma grande besteira. Eu nem vi o que dizia no crachá. Podia estar escrito "Assassino Profissional", que eu nem notaria. Fora que sempre recomendam que ninguém aceite esses transportes aleatórios. O melhor é realmente ir de táxi ou transporte que tenha uma loja no aeroporto.

Mas, por sorte, o cara foi confiável e nos levou com segurança ao nosso destino. E lá estava ele: O Hotel Park dei Massimi.


















 Fomos bem recepcionados, deixamos as bagagens no quarto e descemos para jantar algo antes de dormir. Começou nossa primeira briga com o cardápio. Mesmo estando em italiano e "legendado em inglês", tivemos um pouco de dificuldade para entender o que significavam aqueles molhos. De qualquer forma, o garçom se virou, tentou explicar e, no fim, chegaram nossos pratos de pasta! Só que com coca cola. Não foi daquela vez que arriscamos pedir vinho.

A graça maior da noite foi ver a conversa do garçom com um italiano, já idoso, que estava numa mesa próxima. Foi quando tivemos um curso expresso e aprendemos a regra básica para se comunicar em "italianês":




Em Roma, o corpo, em especial as mãos, fala tanto como a boca. Na verdade um é complemento do outro. As expressões faciais exageradas são padrão em qualquer bate papo. Achei essa tabelinha que pode te ajudar, caso você queira aprender a língua dos gladiadores:




Por fim, foi só voltar ao quarto, tomar um banho e dormir para encarar nosso primeiro dia de caminhada pela cidade!

Escala: Madrid!

Devidamente acomodados em nossas poltronas da "Classe Animal" (também conhecida como Classe Turística), recebemos nosso pequeno pedaço de espuma, que eles chamam de "travesseiro" e um paninho, conhecido por eles como "cobertor", e nos preparamos para partir.

Sim, era desconfortável e ficaríamos horas e horas naquele lugar. Mas isso não era novidade. Já sabíamos, antecipadamente, que seria daquela forma e não havia porquê reclamar.

Devidamente medicados com remédios para enjoo, relaxante muscular e analgésicos, seguimos voo para nossa escala, o Aeroporto Barajas, em Madrid. De lá, pegaríamos outro voo, direto para Roma. Tirando o desconforto enorme, a viagem foi tranquila.



Só houve um arrependimento nisso tudo. Eu tinha um travesseirinho de viagem em casa. Era daqueles infláveis, que envolve o pescoço. Elane disse: "Deixa esse aí! Só vai ocupar espaço. Vamos comprar um mais confortável no aeroporto!". Se você leu nossa postagem anterior, viu que não haviam lojas no embarque internacional de Salvador. Ou seja, as poucas vezes que consegui dormir, eu sonhava com meu travesseiro de viagem, que ficou jogado no chão da sala!

Esse avião que pegamos era daqueles com televisãozinha em todas as poltronas.Tinha até uma programação legal, mas tudo o que eu ficava vendo era uma simulação de voo, que nos mostrava passo a passo onde estávamos e quanto faltava para chegar.

E sim! Chegamos!

Descemos no Aeroporto Barajas e eu me sentia "internacional" pela primeira vez. E, finalmente, eu descobri o que é um aeroporto de verdade. Como o voo para Roma só partia em algumas horas, pudemos explorar todas as lojas com calma. Era uma infinidade de corredores, bem sinalizados, contendo, inclusive, o tempo estimado para se chegar, a pé, em cada portão de embarque. O tamanho do aeroporto foi, realmente, a minha primeira surpresa. Acostumado com os pequenos aeroportos que eu fui no Brasil, achei super estranho quando o funcionário nos disse: "Sigam por 20 minutos naquela direção, que vocês chegarão no seu portão.". Caramba! Em 20 minutos eu dou 5 voltas completas no aeroporto de Salvador e ainda paro uns 5 minutos pra tomar um café. Claro que levamos muito mais que os 20 minutos, pois parávamos em cada loja para ver se encontrávamos alguma novidade.

A primeira coisa que notei foi que, mesmo estando em uma região de produtos sem taxas, o fato do preço ser em euro, não os tornavam tão mais baratos assim. Comparado com os preços brasileiros, sim, eram muito mais em conta, mas para nós, que temos a possibilidade de importar dos EUA em dólar pelo Ebay, sairia quase a mesma coisa. De qualquer forma, nós já havíamos decidido que essa não seria uma viagem de compras e, sim, de diversão. Claro que não saímos de lá sem nada. Um perfuminho ou outro e umas lembrancinhas bobas, como shot glasses serviram para provar que estivemos em Madrid!

E, claro, as primeiras fotos da nossa viagem foram feitas ali. Inclusive, saímos do aeroporto para poder dizer que, realmente, pisamos em solo espanhol. Senti a primeira rajada de vento frio, ao sair para a área externa, e gostei. Salvador devia ter dessas coisas. Se eu for Prefeito um dia, vou importar vento frio para a minha cidade! Elane queria dar uma volta, já que teríamos tempo, mas eu sou incrivelmente medroso quando tenho horário a cumprir. Não queria arriscar uma eventualidade que me deixasse preso num lugar estranho.


Depois, voltamos para a nossa caminhada em direção ao portão de embarque e ficamos rodando nas lojas próximas. Sentamos e aguardamos o momento de partir para o destino final.


Roma, aqui vamos nós!